sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

FALTA DE TEMPO PODE SER SINÔNIMO DE ABANDONO?


FALTA DE TEMPO PODE SER SINÔNIMO DE ABANDONO?
11/5/2007
A má formação de nossas crianças pode ser atribuída à nossa falta de tempo? E o afeto, onde fica quando os pais precisam se ausentar o dia inteiro e, às vezes, a semana inteira, para trazer para casa o sustento e o conforto da família?
É muito difícil dar conta da educação dos filhos com tão pouco tempo disponível para essa tarefa tão complexa, confiada por Deus e que exige de nós tanta paciência e responsabilidade!
E como administrar esse tempo?
Não existe receita para educar filhos, mas existe, sem dúvida, um ingrediente que deve estar sempre presente em todos os momentos: O AMOR. Quanto mais se ganha o coração de um filho, mais fácil fica essa tarefa tão complexa que se chama EDUCAR.
O importante é estar sempre atento para não confundir esse momento de "encontro" com a falta de limites. Quem é respeitado aprende a respeitar. Às vezes, é necessário podar aqui e ali para que os limites sejam estabelecidos com bastante clareza e, dessa forma, com muita tranqüilidade, a Educação se faça.
A minha experiência de quase trinta anos de trabalho com crianças, adolescentes e jovens, prova que eles estão gritando por limites, por direção, por aproximação, por atenção e por presença de amor.
Nós, educadores, sabemos bem a falta que faz essa presença tão importante dos pais na educação de nossos pequenos cidadãos. Já que esse é o momento, no qual valores básicos e imprescindíveis na formação do ser humano são transmitidos pelos pais aos filhos.
A escola, hoje em dia, tem uma responsabilidade muito maior do que tinha antigamente, quando só se fazia a complementação de valores. Nossos alunos já vinham sabendo usar de palavras simples, mas significativas como, por exemplo, por favor, muito obrigada, com licença, desculpa, etc. No entanto, sabemos que muitas vezes isso não é possível e que não se trata de displicência. E sim de um ritmo de rotina desenfreado, que consome o tempo do adulto de tal forma que quando ele se vê com tempo para o filho, ou ele usa esse tempo com bastante qualidade ou permite tudo para compensar aquela ausência que o deixa com sentimento de culpa.
E é nessa hora que o importante se perde, a qualidade do encontro se desencontra. E quando a gente, enquanto adulto, deixa de mostrar para nosso filho onde está o limite dele, ele cresce pensando que pode tudo, que o mundo é só dele e se esquece de ver no outro a imagem e semelhança de Deus.
Quando a parceria entre a escola e a família se faz, com seriedade e força, quando ambos usam a mesma linguagem, é possível cobrir essa defasagem que é tão significativa na vida do indivíduo.
Se você tem pouco tempo para a presença junto a seu filho, use-a com o máximo de qualidade possível. Mostre para seu filho o quanto você o ama, dando limites, afeto, carinho e acima de tudo mostrando o quanto ele é importante pra você. É preciso que seu filho se sinta amado e não é permitindo tudo que você mostra isso para ele. É sendo firme quando ele errar e elogiando quando ele acertar, valorizando pequenos gestos, sentindo seu cheiro, trocando calor. Enfim, a qualidade vai dando espaço para a educação que fará dele o cidadão capaz de transformar nossa sociedade.
Deixo para você, pai, mãe, responsável, um pequeno texto para reflexão.
O NÓ
Numa reunião, a professora incentivava os pais a apoiarem as crianças, falando da necessidade da presença deles junto aos filhos. Mesmo sabendo que a maioria dos pais e mães trabalhava fora, ela tinha convicção da necessidade de acharem tempo para seus filhos.
Foi então que um pai, com seu jeito simples, explicou que saía tão cedo de casa, que seu filho ainda dormia e que, quando voltava, o pequeno, cansado, já adormecera. Explicou que não podia deixar de trabalhar tanto assim, pois estava cada vez mais difícil sustentar a família. E contou como isso o deixava angustiado, por praticamente só conviver com o filho nos finais de semana. O pai, então, falou como tentava redimir-se, indo beijar a criança todas as noites, quando chegava em casa. Contou que a cada beijo, ele dava um pequeno nó no lençol, para que seu filho soubesse que ele ali estivera. Quando acordava, o menino sabia que seu pai o amava e ali estivera. E era o nó o meio de se ligarem um ao outro.
Aquela história emocionou a diretora da escola que, surpresa, verificou ser aquele menino um dos melhores e mais ajustados alunos da classe, a história a fez refletir sobre as infinitas maneiras que os pais e filhos têm de se comunicarem, de se fazerem presentes nas vidas uns dos outros. O pai encontrou sua forma simples, mas eficiente, de se fazer presente e, o mais importante, de que seu filho acreditasse na sua presença.
Para que a comunicação se instale é preciso que os filhos "ouçam" o coração dos pais ou responsáveis, pois os sentimentos falam mais alto do que as palavras. É por essa razão que um beijo, um abraço, um carinho, revestidos de puro afeto, curam até dor de cabeça, arranhão, ciúme do irmão, medo do escuro, etc.
Uma criança pode não entender certas palavras, mas pode registrar e gravar um gesto de amor, mesmo que seja um simples nó. Você? Tem dado um nó no lençol de seu filho?

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