Ser amigo dos filhos pode
ser um problema; veja opiniões e dicas para uma relação equilibrada
KATIA
DEUTNER
Colaboração para o UOL
Colaboração para o UOL
Pais podem ser amigos dos filhos, mas sem esquecer
de que há uma hierarquia nessa relação.
Embora muitos não acreditem ser amigo dos filhos não é a relação ideal. "Pai é genitor, benfeitor, protetor, gerador, a origem. Amigo é uma pessoa a quem somos ligados por identificação, afeição, ternura. Os filhos não querem um pai-amigo, porque amigos eles já têm. São aqueles confidentes para questões do dia a dia, com quem tramam suas paqueras, suas saídas, jogam conversa fora", explica a psicóloga Walnei Arenque.
Se pensarmos que para ser amigo deve existir uma intimidade, pais e filhos podem ter uma relação de amizade, sim. "Mas há papéis que precisam ser cumpridos por ambos, para que o processo de crescimento e desenvolvimento das crianças seja tranquilo e favorável a todos. Respeitar a hierarquia e dar limites são alguns deles", explica o pediatra Moisés Chencinski. "E quando uma das partes não segue estes passos, e a relação familiar não é suficientemente forte, a estrutura corre riscos de ruptura, trazendo problemas."
Seis dicas para uma relação
equilibrada com os filhos
1. Não fale que é amigo do seu
filho. “Pai é pai e tem de dizer isso ao filho. Senão, ele vai tratar o pai
como trata os amigos”, afirma a psicóloga Walnei Arenque.
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2. Não conte intimidades do
casal. "Filhos não querem saber o que acontece na vida sexual dos pais.
Aliás, eles acreditam que a mãe é assexuada", diz Walnei.
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3. Não justifique os erros.
"Os filhos erram e é aí que os pais entram para educar. Do contrário,
eles aprendem que sempre haverá uma desculpa para tudo”, diz a psicóloga.
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4. Liberdade demais é ruim.
“Crianças e adolescentes não têm maturidade para saber o que é certo e
errado”, afirma Walnei Arenque.
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5. Imponha regras. "Amigo não
obriga a fazer nada. E os pais devem dar limites. Esta é a sua função",
diz Moisés. Estabeleça normas e horários para serem seguidos, como o das
refeições ou de dormir.
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6. Pais separados* devem entrar
em acordo na educação dos filhos. "É prejudicial quando um se
mostra mais bonzinho do que o outro, quebra limites ou enche de presentes
para ser melhor aceito e visto como amigo. Sem limites, crianças e jovens
terão sérias dificuldades em diferenciar o certo do errado ou entender noções
de respeito", diz o pediatra.
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